Category Archives: My Everyday

And now for something completely different | O maravilhoso mundo dos imigrantes portugueses

Atravessar uma rua em Bruxelas não tem nada de diferente de atravessar uma rua em Portugal. Desengane-se quem assim o pensa!
Atravessar uma rua em Bruxelas (ou em qualquer local na Europa, com raras e honrosas excepções para – talvez – Itália, Portugal, Espanha e Grécia) deve responder a uma série de práticas sociais, pré-concebidas e socializadas desde tenra idade, tais como: olhar para ambos os lados, esperar que o sinal dos peões esteja verde e, quando se verifica a conjugação de um sinal verde para peões e apenas quando os carros estão [todos] parados, deve o transeunte passar a passadeira.
Desengane-se quem acha que a minha mãe, ao longo de anos, numa tentativa de me proteger dos perigos da estrada, não tentou inculcar todo este “proforma”ao longo dos anos, infelizmente – para ela, quiçá um dia para mim) não conseguiu!
Atravessar uma rua para mim não implica ter uma passadeira, implica, antes, olhar para ambos os lados e dar uma corridinha (quais pinotes!) em direcção ao outro lado da estrada… Isto em Portugal é, mais ou menos, mais coisa menos coisa, socialmente aceite. Na Bélgica, nem tanto…
Atravessar uma rua obrigando os carros a parar, pode ser muito mal recebido por pessoas que, fechadas no quentinho do carro, a ouvir Música, acham que o transeunte, debaixo de uma forte neve e ao frio, tem o dever (quase moral!) de esperar os 5 minutos que o sinal demora a mudar para se “fazer à estrada”.
Ora, tudo isto seria perfeitamente normal se, ao atravessar a estrada, o primeiro carro a parar, não fosse imediatamente abrir a janela e gritar:
– Deves ter a mania que és portuguesa ou o c******!
(Com um inegável sotaque do norte!)
Pronta resposta:
– Por acaso sou!
Eis que o senhor, antes muito indignado, sai do carro, pára o trânsito, vem-me cumprimentar, dizer que saiu de Portugal faz 5 anos, que aquilo agora está muito mau, que eu fazia muito bem em emigrar,… Tudo isto enquanto os carros se acumulavam numa procissão de indignação e frustração sob a arrumação musical de várias buzinas que contestavam, não só o encontro, nas também toda uma cultura…

Leave a comment

Filed under Delicioso demais, My Everyday

Um Salazar em cada esquina…

Um Salazar em cada esquina - foto de Tiago Lemos Peixoto

Um Salazar em cada esquina – foto de Tiago Lemos Peixoto

Ouve-se, cada vez mais, entre todas as classes sociais, que “o que faz falta em Portugal é um Salazar!” – diz-me a D. Rosa, senhora dos seus 82 anos, a subir a rua em direcção ao Bairro Alto.

“Não menina, não é o ditador, é o ministro das finanças! – diz-me a senhora do café.

O “grande estadista” que ordenou as contas públicas do país, numa altura em que Portugal precisava de um “pulso forte para organizar a economia e as finanças”. – diz-me um senhor no autocarro.

Esta é uma das maiores falácias da nossa história, e ele há dias em que não estamos, não conseguimos e não queremos, ouvir barbaridades destas!

Continue reading

Leave a comment

Filed under Here, My Everyday, Politics, Thoughts and outpourings

Rate Me – Por uma Auditoria às Contas Públicas da República Portuguesa

OU “Agências de Rating” for Dummies!

E na RTP, aqui.

Leave a comment

Filed under Here, M12M - Movimento 12 Março, My Everyday, Politics

M12M – Movimento 12 Março – Public Presentation

Fazer de cada cidadão um político

“Quando dizemos que é um resultado importante o viver em democracia, dizemos
também que é um resultado mínimo, porque a partir daí começa a crescer o que
verdadeiramente falta, que é a capacidade de intervenção do cidadão em todas as
circunstâncias da vida pública.

Ou seja, fazer de cada cidadão um político.

A liberdade de imprensa, a liberdade de organização política é o mínimo que podemos ter, porque a partir daí começa a riqueza espiritual e cívica do cidadão autêntico.”

José Saramago

M12M – MOVIMENTO 12 DE MARÇO

O Protesto da Geração à Rasca, que uniu cerca de 500 mil pessoas nas ruas de todo o país e no estrangeiro, surgiu espontaneamente, fruto da iniciativa de quatro amigos, Alexandre de Sousa Carvalho, António Frazão, João Labrincha e Paula Gil, aos quais se juntaram outras pessoas. Espalhou-se pelo país, alicerçado num manifesto, e teve esse documento como agregador comum.

Foi uma manifestação clara e inequívoca da vontade das pessoas se oporem à deterioração das condições de trabalho e ao desmantelamento dos direitos sociais.
Uma prova irrefutável de participação cívica democrática, contra todas as teorias acusatórias de apatia e conformismo, que acreditamos nunca terem sido válidas, e
cuja falsidade ficou provada com os acontecimentos do dia 12 de Março de 2011.
O que aconteceu foi representativo da diversidade de motivações e propostas de
solução. Um espelho de saudável multiplicidade democrática e de vontade de
mudança.

Convocámos o protesto porque acreditamos que todas e todos têm o direito a expressar a sua opinião. Nesse dia e sempre. E porque sabemos ter o direito a ser
ouvidos.
Nesse sentido, e no espírito de autonomia sempre defendido para a criação de grupos e associações no pós manifestação, decidimos constituir o M12M – Movimento 12 de
Março.

O QUE É O M12M?

É um movimento informal, não hierárquico, apartidário, laico e pacífico que defende o reforço da Democracia em todas as áreas da nossa vida, e que:

Pugna pela promoção de uma cidadania cada vez mais activa como resultado da
democratização do acesso à política. Pretende ajudar a dinamizar e a promover o
diálogo, a reflexão crítica focada no encontro de soluções, promovendo pontos de
encontro, sinergias e solidariedade entre movimentos e cidadãos.

Apela à formação de outros movimentos, grupos de reflexão, trabalho e acção,
temáticos ou generalistas. Não pretende substituir, sobrepor nem dirigir outros
colectivos.

Pretende constituir-se como grupo cuja base de acção é a pergunta: Porquê?
Consideramos que a responsabilização e a transparência dos actos dos decisores
públicos são a base de uma Democracia saudável. Questionaremos frequentemente os responsáveis políticos, avaliando as consequências das suas decisões e a coerência das suas acções.

OBJECTIVOS DO M12M:

– Promover o reforço da Democracia no trabalho, na economia, na política, na cultura, na educação e nas consciências.

– Activar outras formas de acção da democracia participativa, tais como iniciativas
legislativas populares, acções judiciais, petições e acções directas.

– Defender que o voto secreto e universal, sendo um direito inalienável, não esgota todas as possibilidades de participação democrática.
– Defender que a democracia representativa sairá reforçada pela realização de formas de democracia participativa.

– Defender que um regime democrático apenas se fortalece com mais e melhor
democracia.

INICIATIVAS NAS QUAIS O M12M ESTÁ E ESTARÁ ENVOLVIDO

– Iniciativa Legislativa de Cidadãos, uma proposta de lei contra a precariedade
laboral, em colaboração com os Precários Inflexíveis, FERVE, Intermitentes do
Espectáculo e do Audiovisual e com os organizadores do Protesto da Geração à
Rasca no Porto.

– Portugal Uncut, uma rede internacional de activistas que pretende desenvolver
acções contra os cortes brutais, desnecessários e cegos nos serviços públicos e
transferências sociais em todo o país.

– Organização conjunta, com a Associação 25 de Abril, de um Ciclo de Reflexões e
Debates subordinado ao tema “Aprofundamento da Democracia”.

– Organização conjunta, com os movimentos AMRTalude, ATTAC, EuroMayDay,
FERVE, MayDay Porto 2011, Precári@s Inflexíveis, Profs AECs Lisboa, SOLIM,
UMAR e Panteras Rosa, da plataforma MayDay 2011 na celebração do Dia
Internacional do Trabalhador.

– Convocação de uma Assembleia Popular (não deliberativa) decorrente do “Fórum
das Gerações – 12/3 e o Futuro”.

– Auscultação dos vários partidos políticos sobre temáticas presentes no Manifesto
do Protesto da Geração à Rasca, bem como outras relacionadas com o reforço da
Democracia, divulgando as suas propostas, de modo a promover o voto consciente.

– Questionar activamente a eficácia, inevitabilidade, legitimidade e democraticidade da intervenção do Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Fundo Europeu de Estabilização Financeira. Acreditamos que o direito à informação é essencial para podermos avaliar a sua premência.

– Exigir uma auditoria às contas públicas que clarifique a verdadeira situação financeira e económica do Estado Português.

– Promover o debate sobre a necessidade de um referendo nacional acerca do pagamento da dívida soberana.

E-mail
movimento12m@gmail.com
Site

Leave a comment

Filed under Here, M12M - Movimento 12 Março, My Everyday, Politics, Protesto Geração À Rasca


Os organizadores do protesto da Geração à Rasca em Lisboa – o Movimento 12 de Março (M12M) – e no Porto, os Precários Inflexíveis, o FERVE e os Intermitentes do Espectáculo e do Audio Visual lançaram dia 19 de Abril 2011 a Lei Contra a Precariedade.
A Lei Contra a Precariedade é uma iniciativa legislativa de cidadãos, ou seja, é uma lei que um conjunto de 35 mil cidadãos e cidadãs apresentam ao Parlamento para que os partidos votem.
A proposta que estes movimentos estão a promover, centra-se nas 3 principais formas de precariedade: falsos recibos verdes, contratos a prazo para funções permanentes e trabalho temporário.
Vamos precisar da ajuda de todos e de todas para levar ao Parlamento esta lei feita por milhares de cidadãos e cidadãs. Por isso, se quiseres assinar e recolher assinaturas só tens de fazer o download da lei em www.leicontraaprecariedade.net

Leave a comment

Filed under Here, ILC, M12M - Movimento 12 Março, My Everyday, Politics

Campanha Pela Substituição da Pergunta 32 dos Censos 2011

Movimentos de precários entregam intimação a exigir a substituição da pergunta 32 dos Censos 2011, para impedir branqueamento dos falsos recibos verdes.

Leave a comment

Filed under Here, M12M - Movimento 12 Março, My Everyday, Politics

The 12th of March

For me, the “Protesto da Geração à Rasca” showed people that they are not alone, that democracy lives and is more than voting every four years. It was a collective catharsis.

Continue reading

Leave a comment

Filed under everywhere!, Here, My Everyday, Politics, Protesto Geração À Rasca, Thoughts and outpourings

Protesto da Geração À Rasca

Leave a comment

Filed under Here, My Everyday, Politics, Protesto Geração À Rasca, Uncategorized

Why a Protest?

In my view, for our rights!

For all of us, young, new… For a job with dignity, with justice, to fight for our constitution and the rights it offers to us all.

But instead of complaining we need to understand that we don’t have a guilty in Democracy, we don’t have a THEY. In Democracy there is no you and me, there is a WE! We cannot say everything is wrong and only criticize! We have the responsibility to make a change and contribute to a better situation.

Without optimistic changes  “there was only one way  to react: it was taking the streets and showing we want to go back to the basics of democracy,”

“We could say it started with unemployment rates of 10.6% in December, with code-contributory benefits which had its application in January, the political instability, debt growth, the number of PEC’s…

Many people were feeling life itself eroding in recent years … …

I mean, there was so much that made people feel increasingly frustrated and disillusioned and angry with the direction this country was taking, with the actual direction that our life was to take.

there is a whole country that begins to deteriorate economically and socially. In the end it was this “that forced the talks to go beyond the cafe tables” and move into the social network, and then to the streets!

Leave a comment

Filed under Here, My Everyday, Politics, Protesto Geração À Rasca, Thoughts and outpourings

Internet, social networks and social change

Internet is a form of participative democracy! Access to information, awareness, debate … All these forms of active participation that allow us to actually capitalize the so called “armchair activism” (!) which is useful in contributing to the proliferation of information, for sharing and broaden discussions and/or opinions and positions and, above all (in my view) for contact between people with different thoughts or not, that can mobilize and contribute to a dynamic civil society – nationally and internationally.

It is therefore important to consider the role the Internet plays in global politics. Information is power, but the technology of the century sparked a revolution in information.
In recent years, the citizens’ movements, driven by the boom of social networks, are finding a way to be heard, share, social dialogue. For a few years now there has been much that Facebook, Twitter, YouTube and others started to contribute promoting the involvement of the people, becoming a weapon of mass mobilization.

On social networks and blogs, the countercharge started, contestation breaths (!), people join forces to protest and claims to justice. On social networks and blogs, the election campaign unfolds, debated by the people, circulated by the parties. The policy is now also done online and every one of us is a politician!
The great movements start with small groups of people online. From this moment on, the phenomenon is no longer manageable. “Who tells a tale, he adds a point,” says the ancient Portuguese culture… Well, in our “little global village online” the word is magnificent, the word is power: the friends suggest other friends and the growth of these initiatives begins! The participants organize, align ideas, debate, discuss …
Increasingly, a world beyond the screen, appears as a small gap of social control, leaving the force, pressure and lobby now (and also finally!) pending to the side of people.
We should not, however, forget that although this online world increasingly implemented in the end, people continue to be, me, you, we, all, that make the difference, which contributes to any shift in the world!

Leave a comment

Filed under everywhere!, My Everyday, Politics, Protesto Geração À Rasca, Thoughts and outpourings