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Oprimir pela igualdade is like bombing for peace or fucking for virginity 

As feministas são grandes a debater e gostam. Algumas vezes, os debates entre feministas têm um efeito positivo sobre o discurso, e devem ser incentivados. Outras vezes, estes debates têm um efeito negativo, acerca de como o feminismo é encarado e que resvala, quase sempre, em etiquetas como “odiadoras de homens”.
O debate sobre o “cavalheirismo”, na minha opinião, é um exemplo deste último. Vamos começar por lhe chamar “educação, ajuda, cuidado”.

  
Um dia destes, a atravessar uma estrada e a “fugir” de um carro que não dava mostras de querer parar, deram-me um toque no braço para uma “corridinha mais célere”. Este gesto de cuidado, foi imediatamente seguido de: “Eu sei que é sexista, mas…”. Não pude evitar rir-me, muito, mas não expliquei, na altura, o porquê.
Primeiro, nos tempos que vivemos, o facto de “impossibilitar uma pessoa de existir” devia ser a maior prova de que não é esse o feminismo que queremos. Segundo, desde quando um acto de cortesia, educação, ajuda é motivo de pedido de desculpas e obrigatoriedade de explicação?

Há um grande número de feministas que concorda que o “cavalheirismo”  (percebido e definido no entendimento popular como tratar as mulheres de modo mais educado/ cortês/ condescendente, simplesmente por serem percepcionadas como mulheres) é uma forma de “soft sexism”. Como feminista, é muito fácil perceber porque o “cavalheirismo” é sexista. Numa sociedade em que continuamos a lutar pelo direito de controlar os nossos próprios sistemas reprodutivos, que não nos espremam as mamas, salários iguais… É fácil perceber que o “cavalheirismo” do velho mundo (o “cavalheirismo” surge como uma resposta à barbárie e violência para impedir que esta recaísse sobre os mais fracos e vulneráveis, o que, por sua vez, definiu a relação entre sexos) possa ser encarado como uma forma de menosprezo pelas capacidades e igualdade na sociedade. Coisas como: “deixa que eu prendo essa prateleira com o berbequim” que escondem um implícito “sou homem tenho uma propensão natural para…” ou “deixa que eu carrego os sacos por ti” direccionado a (apenas) pessoas percepcionadas como mulheres, podem ser sexistas. Mas é nestas “percepções” que o problema surge.

Algo assim, no entanto, é quase impossível de quantificar, mas a ideia de que uma atitude susceptível de ser encarada como ajuda, educação cria um “tipo de pessoa” propensa à mentalidade machista é um salto lógico que não tem necessariamente de se confirmar na realidade. Desde quando é que uma marca de educação e preocupação tem de ser uma tentativa paternalista de reforçar a vulnerabilidade, socialmente percebida, patriarcalmente instituída, física/ emocional/ mental das pessoas? Não pode ser apenas uma extensão do tipo de ajuda e educação que pode levar um homem a lutar pela igualdade? A ser feminista?

Na verdade, ao analisar os argumentos mais “ferrenhos”, há uma falácia lógica. Parece haver uma espécie de consenso de que um homem ao ser educado ou respeitador em determinadas situações, o faz por que considera que a outra pessoa (alvo da sua acção) é fraca e “precisa”. Na realidade, todos os homens feministas que eu alguma vez conheci na vida, são dos mais propensos a fazer algo de incrivelmente respeitoso em todas as áreas da vida. Os poucos que não demonstram essa educação, e espírito de inter-ajuda, alteraram o seu comportamento depois de longas acusações de sexismo benevolente. A ironia, aqui, não é velada. (Desde quando é que se decidiu lutar contra a opressão, oprimindo?)

O termo “cavalheirismo” ou “gentleman” está, portanto, absolutamente destruído na literatura feminista. Mas e se lhe chamarmos educação e inter-ajuda? 

Desde quando é que tratar bem “o outro” demonstra o que quer que seja para além de “tratar bem o outro”? E se for uma pessoa percepcionada como mulher, a puxar um homem, porque vem um carro é sexista? Desde quando é que começamos a policiar “o carinho” chamando-o de sexismo velado ou “cavalheirismo machista”?

Consigo abrir uma porta sozinha? Consigo. Consigo usar um berbequim? Consigo. Consigo correr na rua quando vem um carro? Consigo. Consigo entender quando é que estou perante uma situação de sexismo? Consigo. É por isso que sou feminista. 

 

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Das eleições…

  

Ou não… 

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Saber ser

Sou das que nasceu porque acha que vale a pena viver. Porque a vida é um sem fim de experiências e por que cad experiência vale por si. 

Sou das que nasceu sem saber porquê. Sou das que vive sem saber porquê. Mas vive! Sou das que experimenta, das que tenta, das que dá e recebe, das que quer, mas que sabe que a vida não é só querer… É saber dar e receber. 

Vivo com gosto. Não sou mais dona do meu nariz do que me achares. Não sou mais do que quiseres dar. Dizia o Variações.

Sou. O resto é conversa.

(Sabes ser?)

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Silly Season

Não sei se já vos disse, mas eu adoro o período pré-eleitoral. É tipo uma espécie de “Silly season” meets “Casa dos Segredos”.
Também gosto de programas eleitorais e propostas. Mas não dão tanta audiência.

Silly Season

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F.L.O.P.S. Comunicacionais

Vocês sabem aquela do cantor que chega ao Pavilhão Atlântico e diz: 

– Obrigado Lisboa! É um prazer estar convosco, aqui, em Espanha?

É um F.L.O.P.S. (Federação de Lisboa de Oportunistas do Partido Socialista) Comunicacional!

Ele há o discurso interno. Depois há o discurso externo!

A sério, gente… Quem é que vos faz comunicação?! I ❤ assessoria do PS! 

PS explica declarações polémicas de Costa: falou com “sentido de Estado”

LUSA  quarta, 25 fev http://m.expresso.sapo.pt/inicio/modal/destaques/artigo/912439

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Haja verticalidade…

O 25 de Novembro não é uma data qualquer. É uma data que faz a diferença entre a Esquerda Revolucionária e a “outra” – a eleitoralista, a que ambiciona o poder, a direita (assim, como assim sejamos honestos e coerentes!). O 25 de Novembro substituiu o PREC – “Processo Revolucionário em Curso” pelo “Processo Constitucional em Curso“.

O 25 de Novembro roubou a Revolução ao Povo e entregou-a às elites, roubou ao poder popular a possibilidade de ser parte da construção de uma sociedade que perdeu assim a oportunidade histórica de ser parte e de intervir na construção política, social e económica do seu futuro.

Se hoje em dia nos perguntamos porque está este Povo entregue à “partidocracia”, porque participamos tão pouco, porque é que a Soberania não é do Povo, esta é a vossa resposta.

E hoje, o António Costa, SG do PS, decidiu comemorar o fim da Revolução. Se alguém ainda tinha dúvidas em relação a um governo de esquerda com o PS, desenganem-se: não há cá governos de esquerda e três quartos à direita.

Há coisas que nos dividem. E essas coisas não são pequenas, não são demagógicas e não são de menosprezar: essas coisas são valores de Abril.

Valha ao Costa a honestidade e a falta de hipocrisia que o PS alimenta.

A ver, aqui: http://ocorvo.pt/2015/02/18/camara-de-lisboa-vai-comemorar-os-40-anos-do-25-de-novembro-de-1975/

nb – Um abraço apertado à Paula Cristina Marques. Que nunca te cales!

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Callcenter – um operário em construção

Comecei a trabalhar, num callcenter, na linha da NOS em Setembro de 2014. Fui contratada pela EMPRECEDE, uma empresa fantasma com o único objectivo de servir de intermediário à Teleperformance no recrutamento de recursos humanos. Uma empresa com 7000€ de capital social e mais de 1000 trabalhadores – bem mais de 1000 trabalhadores.

Os dias de formação são pagos a 5€ – as 8horas que lá passas (0,62€/hora) e que são obrigatórias -, mas só os recebes se completares a formação e em conjunto com o teu primeiro ordenado. Para que fique assente: toda a gente passa aquela formação. O único requisito é que não penses muito! Eu recebi 25€ pelos meus 5 dias de formação.

Durante a formação ensinam-te qualquer coisita (mas pouca!) sobre o produto e técnicas de venda – argumentar, argumentar, argumentar até ao final, em qualquer circunstância, a qualquer momento e face a qualquer obstáculo. Estou num funeral, não tenho computador, não vivo em Portugal, entre outras, são facilmente argumentáveis com: só preciso de 5minutos do seu tempo, de certeza que os seus netos têm, mas não tem família cá?

Finalmente ensinam-te a falar horas sem nunca dar a tua opinião. Qualquer resistência deve ser respondida com um “Compreendo”, logo seguido de um argumento com enlace positivo, por exemplo:

– “Não tenho dinheiro nem para comer.”

– “Compreendo, mas ao menos tem televisão e pode esquecer-se dos problemas da vida” (e sim, eu ouvi colegas meus a utilizar este argumento).

Ao mesmo tempo pensas nos 2,81€ (2,91€ com o aumento do ordenado mínimo) e nas eventuais comissões (se conseguires fazer 4 vendas por dia) que te caem na conta ao final do mês e que te permitem chegar aos 650€/700€ se não faltares nenhum dia. Pensas no contrato que assinaste que te informa que as tuas férias não são pagas e que pode, nos primeiros meses e por uma questão de formação interna, ser-te exigido que trabalhes mais do que 40horas semanais e as extras não te serão pagas. Pensas que, a qualquer momento, podem deslocalizar o teu posto de trabalho ou simplesmente despedir-te – os contractos são semanais. Pensas! Mas não dizes a ninguém, porque pensar é proibido!

Depois começas a trabalhar. Trabalhar num callcenter é como entrar todos os dias para uma fábrica à boa maneira do fordismo, com chamadas a cair em sequências avassaladoras e o discurso que quase se embrulha quando terminas e recomeças sem respirar: “Posso ser útil em mais alguma coisa? Então, em nome da NOS, um bom dia. Muito boa tarde, o meu nome é Paula e estou a ligar-lhe da NOS”. Mas também há longas horas em que o sistema não funciona e tu não podes pegar no telemóvel, fazer uma pausa – por que as pausas estão quantificadas e só tens direito a 10 minutos por cada 1h30 de trabalho – ler um livro ou utilizar a internet. Trabalhar num callcenter é teres de pedir autorização para ir à casa de banho, para comer e até para te levantares e esticar as pernas. A tua função é esperar: que haja base de dados, que o sistema funcione, que te mandem fazer alguma coisa. E depois voltas a entrar na engrenagem: “Estou sim, muito boa tarde, o meu nome é Paula e estou a ligar-lhe da NOS”.

Trabalhar num callcenter é aprenderes a não te importares com os problemas do outro lado da linha. É venderes um serviço que sabes que o cliente não quer, não precisa e que funciona mal, utilizando argumentos que não são mentira, mas são falaciosos e amplificam pontos positivos, sabendo que os restantes não os compensam. É teres pessoas aos berros ao telefone porque foram contactadas mais de 50vezes num dia – e tu sabes que é verdade, porque até tu já falaste com aquela pessoa naquela hora – e mesmo assim responderes que “é na vez 51 que se adere!”. Sempre, sempre, com um sorriso na voz. Trabalhar num callcenter é ouvir que “não vendes porque não tens ambição”.

Trabalhar num callcenter é teres “reuniões de equipa” e motivacionais todas as semanas, mas o seu objectivo não é criar bom ambiente. Servem apenas para te informar quem está a cumprir os objectivos e de eventuais alterações das comissões. Servem para criar divisão.

Trabalhar num callcenter é teres um supervisor a ouvir as tuas chamadas e a falar contigo ao mesmo tempo que falas com o “Sr. Cliente” com dicas e argumentos ridículos de como impingir o produto, aos berros. E, no final, quando não vendes, ainda o ter a pedir-te explicações e a dizer que estás a “deixar mal a equipa”. Trabalhar num callcenter é olhar em volta todos os dias e sentir que se um dia gritassem que devias saltar da janela, terias um coro de pelo menos 10 máquinas que responderia: “Qual delas?”

Trabalhar num callcenter é seres colocada num cantinho da sala, longe, porque tens uma “atitude provocadora, desafiante e desrespeitadora da autoridade.” Trabalhar num callcenter é teres de explicar, constantemente, que és tão (ou mais!) pessoa, humana, de carne e osso que os teus supervisores. Trabalhar num callcenter é ouvir que “essa consciência que tens agora, vais perdê-la. Toda a gente a perde”.  Trabalhei num callcenter 2 meses. E eu não a perdi.

Pediram-me para escrever um texto sobre callcenters. Ao fim de semanas, consegui juntar estas palavras. Não é fácil escrever sobre o único trabalho que continua a recrutar e tentar explicar que por dinheiro não vale tudo. Não é fácil explicar que este foi o único trabalho em que, todos os dias me arrancavam a alma do corpo, sobretudo por que há quem o faça e não se importe e, por vezes, até goste.

Trabalhar num callcenter é saber que não é o operador que se deve abater, mas o supervisor. O operador há que politizar, há que trabalhar com ele, é um operário fabril. O supervisor é o capataz. Mobilizemo-nos!

*publicado também no Manifesto 74

(aqui:http://manifesto74.blogspot.pt/2015/02/callcenter-um-operario-em-construcao.html?spref=fb)

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O tempo das Syrizas

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Como esperado, o Syriza foi o grande vencedor das eleições gregas. Da sua vitória, dos mais alarmistas aos mais esperançosos, tudo se viu e se leu, passando pelo debate do não cumprimentos das quotas. (Mais do que ter ou não ter mulheres nas suas listas, o debate é o cumprimento ou não cumprimento das quotas. Esquece-se o óbvio: e quotas para outras minorias/ discriminações?)

Não é claro que o Syriza consiga implementar o programa que o fez ganhar estas eleições. Varoufakis já alterou e readaptou e reajustou aquilo que era o programa inicial várias vezes.

Mas mais importante que tudo isso, é a ruptura que representa. É o corte com a chantagem da dívida, é a defesa do Povo em oposição a elites económicas, financeiras e políticas que se degladiam para manter um estatuto, um status quo, enquanto a maioria de nós se mata para chegar ao final do mês para lá das contas da casa, da comida e de um ou outro “luxo” (tabaco, jantar fora uma vez, ir ao cinema…).

Para a Grécia, esta foi um importante passo na vitória sobre o bipartidarismo, o PASOK e a Nova Democracia, no poder há 40 anos – qualquer semelhança com este pedacinho de terra à beira mar plantado não é pura coincidência.

Depois, mostra o falhanço das políticas de austeridade implementadas pela TROIKA através do cartel eleitoralista auto-insuflado pelos votantes centristas que durante décadas foram alimentados por uma distribuição de “despojos políticos”. O bipartidarismo unido, em prol da implementação de medidas de austeridade, através cartelização da politica sofre o seu primeiro rebate na Grécia: programas iguais, medidas semelhantes, nenhuma alternativa – a base de apoio eleitoral encolhe.

Em Espanha, o Podemos está agora à frente nas sondagens. Diz-se um partido diferente, de cidadania, que ouve as pessoas e aplica o seu programa em prol das mesmas. Também o Podemos já alterou várias das suas medidas iniciais. Deixou de as representar assim? Deixou de se apresentar como uma alternativa? Não para os eleitores. Quem aponta isso como um partido com intuito meramente eleitoralista tem, como é óbvio, razão, mas a ilusão e a esperança numa alteração da política é, per se, argumento suficientemente válido para que não se fechem os olhos a uma onda de mudança à esquerda. (Concordemos ou não com os programas, as quotas, o quão sexys são os elementos do governo – de 1 a 10, entre Tsipras e Varoufakis? Blhec!)

O Syriza é o primeiro (de muitos? Vários?) a quebrar o cartel político. A Grécia pode ser um espaço especial, muito derivado ao colapso económico, mas é uma porta que se abre num mar de falta de alternativas. A notícia da morte da Troika pode ser exagerada, mas o longo caminho para o fim de um sistema eleitoral comatoso pode estar a ficar entreaberto. E esse é o meu tempo preferido, o das cerejas…

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Cenas de um aeroporto…

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